Dominique Demarville, chef de cave da Veuve Clicquot, o champanhe mais vendido no Brasil, veio a São Paulo para lançar o Extra Brut Extra Old mirando o público jovem
Postado por REVISTA MADE
Por Maria Da Paz Trefaut
Dos festivais de cinema às corridas de Formula 1, o champanhe é símbolo eterno de celebração. Madame de Pompadour, a cortesã que era amante do rei francês Luís XV, gostava de dizer que é a única bebida que torna as mulheres mais belas e os homens mais espirituosos. O atual chef de cave da Maison Veuve Clicquot, Dominique Demarville, prefere citar a frase de Napoleão Bonaparte, segundo a qual é uma bebida merecida nas vitórias e necessária nas derrotas.
Em tempos de paz e numa ótica não militarista, Dominique se permite uma atualização da frase ao dizer que é o vinho que aproxima a família e faz parte dos momentos especiais da vida. Dos alegres, claro, e também dois mais duros. Talvez por ter sido uma das bebidas preferidas de reis e rainhas, em vários séculos de história, sempre foi associado ao glamour.
Com uma legião de admiradores, o vinho espumante mais caro do mundo tem um consumo crescente. Pode ser produzido apenas na região demarcada de Champagne, a Noroeste de Paris, onde até cadeias de fast-food oferecem a bebida em taças para aliciar os apreciadores de hambúrguer.
Há 15 anos, lembra Dominique, mais de metade do champanhe produzido ficava na França. Hoje, seu consumo se divide entre os franceses e o resto do mundo. Esse crescimento de consumo o mestre de cave atribui ao dinamismo da bebida e à maneira como ela tem se feito conhecer e apreciar. Nisso o marketing francês é perfeito. Tenta mostrar que é uma bebida para se tomar em qualquer formato de taça –não apenas na flute, como reza a etiqueta – e que é perfeita para todas as horas. Alguém duvida?
Tradicionalmente, os homens preferem o brut e os rótulos vintage. As mulheres, em geral, são seduzidas pelo rosé. Já a juventude adora drinques. Pensando nisso, e com o intuito de rejuvenescer seu público, a Maison Veuve Clicquot criou a versão extra brut extra old, que chegou ao Brasil no primeiro semestre. Dentro da garrafa, que pode envelhecer até 15 anos, há uma assemblage de seis vinhos de reserva.
Mais frutado e adocicado, o extra brut extra old pode ser usado tanto em coquetéis como para acompanhar sobremesas, no encerramento da refeição. Lançado há três anos na França, tem tido bom desempenho nas vendas, o que prova, segundo Dominique, que o champanhe pode permitir novas experiências.A onda de vinhos bio que se alastra no meio vinícola internacional não é um simples modismo, na opinião de Dominique. Ela veio para ficar e reafirmar a necessidade de preservação do meio ambiente. “Se queremos ter terras para produzir uvas para champanhe eternamente é preciso evitar pesticidas e cuidar delas com compostos orgânicos para proteger os vinhedos”, diz ele.
Ainda, ao refletir sobre o que o champanhe tem de tão especial, o chef de cave lembra que é uma bebida rara. Muitos países possuem bons espumantes, o Brasil inclusive. Mas apenas 10% dos vinhos espumantes que se produzem no mundo são champanhes. Daí o preço alto.Ao visitar São Paulo, onde veio lançar o extra brut extra old, Dominique se disse satisfeito com o desempenho da marca que representa. A Veuve Clicquot, que é a segunda marca de champanhe mais vendida no mundo, aqui é a número um. “Fico muito feliz que, num país festivo como o Brasil as pessoas escolham nossa marca para celebar”. E, ao dizer isso, sorri com seus olhos azuis.